Os
genes nas populações
A
Genética de Populações consiste no estudo da origem e do destino da variação
genética de um grupo populacional. As premissas adotadas são:
-
material genético pode ser replicado
-
material genético pode variar (mutar e recombinar)
-
o fenótipo resulta da interação do genótipo com o ambiente
Alguns
conceitos básicos de genética são importantes:
Que
tal você buscar uma definição para cada um destes termos e relembrá-los?
1)
gene
2)
genótipo
3)
fenótipo
4)
alelo
5)
locus
6)
polimorfismo
7)
homólogo
Enquanto
que nos organismos de reprodução assexuada há transmissão integral do material
genético à prole, nos organismos de reprodução sexuada os genitores contribuem
com parte de seu material genético para constituir a prole. Assim:
Gametas
geram zigotos;
zigotos
formam adultos;
adultos
produzem gametas
Voltamos
ao início............
Gametas
irão gerar novos zigotos..............
A
base da genética das populações reside neste paradigma: em termos genéticos,
somos o resultado do que foi transmitido pelos nossos ancestrais, tendo recebido
estas informações a partir diretamente nossos genitores. Em organismos diplóides
(2n), cada conjunto cromossômico n
tem origem em cada um dos genitores. Por exemplo, na nossa espécie, 2n = 46
cromossomos. Herdamos 23 (n) da mãe e 23 (n) do pai.
Neste
sentido, a população é a unidade básica da evolução. Caracteristicamente as
populações possuem continuidade genética no tempo (interconexões das gerações
sucessivas) e no espaço (intercruzamento dos membros). Isto quer dizer que as
informações genéticas, incluindo suas variações, são continuamente
intercambiadas ao longo das sucessivas gerações.
Os
genes presentes nos indivíduos compõem um conjunto coletivo, o pool genético,
que é populacional. Assim, apesar de cada indivíduo consistir em uma unidade
genética (uma combinação única de genes), a população é o elemento que
apresenta todas as possibilidades e variações para o genoma.
Distribuição
de frequências
Para
um dado locus, a constituição genética do grupo resulta da distribuição de suas
composições genotípicas individuais, ou seja, cada um dos genótipos presentes
corresponde a uma parcela (fração) da população
Assim,
em um locus autossômico que possui dois alelos (A e a), temos os seguintes
genótipos:
AA
- cuja frequência é representada por f(AA)
Aa
- cuja frequência é representada por f(Aa)
aa
- cuja frequência é representada por f(aa)
Como
os genótipos são formados a partir de combinações de alelos, podemos
identificar no grupo populacional a participação de cada combinação (incluindo
as variantes do gene estudado) no conjunto de indivíduos. Assim, as frequências
genotípicas refletem a ocorrência de cada um dos genótipos na estruturação da
população. Em uma população com N indivíduos, cada genótipo contará com
n(genótipo) indivíduos. O valor de N sempre será dado pela soma dos indivíduos
da população.
Por
exemplo:
200AA
100Aa
200aa
N
= AA + Aa + aa
N
= 200 + 100 + 200
N
= 500
A
população possui 500 indivíduos
f(AA)
= n(AA)/N
f(AA)
= 200/500 - ou seja, 200 em 500 são AA
f(AA)
= 0,4
f(Aa)
= n(Aa)/N
f(Aa)
= 100/500 - ou seja, 100 em 500 são Aa
f(Aa)
= 0,2
f(aa)
= n(aa)/N
f(aa)
= 200/500 - ou seja, 200 em 500 são aa
f(aa)
= 0,4
Como
os genótipos possíveis para um locus autossômico com dois alelos são AA, Aa e
aa, se somarmos suas frequências, obrigatoriamente chegaremos à unidade, ou
seja 100% (100/100 = 1,0) da população. Desta forma,
f(AA)
+ f(Aa) + f(aa) = 1,0
Em
nosso exemplo, f(AA) = 0,4; f(Aa) = 0,2 e f(aa) = 0,4. Logo,
0,4
+ 0,2+ 0,4 = 1,0
A
frequência gênica (ou alélica) é definida como a proporção de um determinado
tipo de alelo em relação ao conjunto de alelos do locus em questão. O somatório
das frequências dos alelos de um locus resulta na totalidade (100%) de alelos.
Podemos determinar as frequências gênicas de duas formas, ambas a partir da
avaliação dos alelos presentes nos genótipos. Em um método, derivamos a
frequência dos alelos a partir das frequências dos genótipos. No outro,
determinamos de forma direta a frequência dos alelos na população.
Derivando
a partir das frequências genotípicas:
f(A)
= f(AA) + 1/2 f(Aa)
f(A)
= 0,4 + (0,2/2) = 0,4 + 0,1 = 0,5
f(a)
= f(aa) + 1/2 f(Aa)
f(a)
= 0,4 + (0,2/2) = 0,4 + 0,1 = 0,5
Como
nas frequências genotípicas, f(A) + f(a) deve totalizar 100% da população.
Assim,
f(A) + f(a) = 1,0
Em
nosso exemplo, f(A) = 0,5 e f(a) = 0,5, logo:
0,5 +
0,5 = 1,0
Calculando
a partir do número de alelos na população teríamos:
200AA
= 400 alelos A
100Aa
= 100 alelos A e 100 alelos a
200aa
= 400 alelos a
total
de alelos na população = 2N = 2 x 500 = 1000
f(A)
= [(2 x numero de indivíduos AA) + numero de indivíduos Aa] / 2N
f(A)
= 400 + 100 / 1000 = 500/1000 = 0,5
f(a)
= [(2 x numero de indivíduos aa) + numero de indivíduos Aa] / 2N
f(a)
= 400 + 100 / 1000 = 500/1000 = 0,5
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